A Natureza Instintiva da Mulher

Ao longo dos tempos fomos perdendo, ou melhor, nos esquecendo de algo muito peculiar da natureza instintiva da mulher: a intuição. Podemos procurar culpados como a sociedade, a cultura ou qualquer outro argumento que justifique essa realidade, porém nada disso fará com que os papéis distorcidos voltem a se alinhar por um mero reconhecimento do “algoz” da situação. Requer mais que apontar o dedo, reclamar ou acusar. Reassumir as rédeas de nossa vida, o comando de nossos sentidos, necessita de nosso profundo desejo de resgatar nossa força e sensibilidade. E como fazer isso?! É aí que começa nosso trabalho e ao mesmo tempo nossa aventura. Sim, mergulhar no universo feminino é entrar num campo fértil, cheio de ideias, ideais, anseios, desejos, arte, sensação, sentimentos, medos, angústias, conflitos, dúvidas, enfim, é tatear o aparente desconhecido que no íntimo já é um ilustre parceiro de jornada. A alma da Mulher é algo grandioso, que eu me atrevo a chamar de ‘sem limites’. No entanto, fomos nos colocando dentro de “caixinhas” que nos limitaram a percepção. Por aspectos inferiores do nosso psiquismo acabamos entrando em disputas de poder, onde por mais que em alguns momentos nos achemos vencedoras, se mensurarmos as perdas que tivemos na trajetória, a balança fica desequilibrada. Entramos num jogo que ao invés de somar forças, respeitar condições e aprender com a diversidade, fomos para a competição e com isso acabamos deixando de lado muitas coisas belas, profundas e essenciais. Ansiamos pelo amor, mas estamos em guerra. Estamos numa constante luta entre dominador e dominado. Onde ceder, relevar, se recolher, é quase sinônimo de derrota. Para quem está em disputa talvez até seja mesmo. Entre machismo e femismo, eu escolho o Amor. Eu escolho o equilíbrio entre os pólos. Yin e Yang. Nada está perdido. Tudo vem para contribuir. Ainda há tempo, e sempre haverá. Tudo é questão de escolha. Mudança de foco. Basta ser sincero e desejar profundo... E como já dito, a alma da Mulher é um poço de desejos, então é só direcionar. Escolher se reconectar com a Fonte, com o que é Sagrado, Divino, profundo e verdadeiro. Talvez o primeiro passo seja recuar. Mas não no sentido de retroceder, mas sim de retornar. O que é bem diferente. Retornar para dentro de si, para onde tudo acontece no silêncio da voz da sabedoria interna. Onde as respostas são mais claras, por mais que muitas vezes nem saibamos por onde começar. Onde a autenticidade, a espontaneidade e a criatividade são a verdadeira força. Onde não há batalha e sim um crescimento que impulsiona e motiva.

Falar sobre isso é tão bom. Sentir é ainda melhor. E você Mulher tem o privilégio de ter sentidos aguçados que permitem ver a vida com olhos que vão além do físico. Mas cuidado, não caia na tentação de novamente entrar em jogos de competição, achando que você é melhor que o sexo oposto. Nem melhor, nem pior, apenas distintos. Cada qual com sua característica e particularidade. Cada qual contribuindo para a harmonia e expansão da vida. Portanto, usufrua dos dons, talentos e potencias que lhe foram concedidos. Se aproprie da sutileza que faz com que você seja sensível e forte, firme e suave, doce e sensual. Onde aspectos aparentemente paradoxais, sejam medidas pontuais para o seu equilíbrio e integração. Onde feminino e masculino habitam em paz, pois esse é o verdadeiro encontro. Essa é a real outra metade que tanto buscamos. Está dentro de nós mesmas.

Garanto a você que quanto mais profundo se deixar mergulhar nas profundezas do ser Mulher e descobrir-se como tal, mais plena, feliz e realizada será! Faça a experiência...

Valéria Barbosa Marques