Solidão e Solitude

19/08/2013 12:39

Compartilho aqui um texto encaminhado por um Querido Amigo e Psicólogo...

 

Heya queridos...

Minha reflexão pode não levá-lo a lugar algum, mas pode tocar algum lugar aí dentro de você...

Entretanto...

Não faça da minha verdade a sua verdade.

O que afirmo é o resultado da minha experiência e minha experiência, é única, intransferível, seja ela verdadeira ou não.

A verdade sempre contém uma dose de mentira assim como a mentira possui uma parcela de verdade.

Então, como você saberá se o que compartilho com você agora é uma verdade ou uma mentira?

Jamais saberá.

Apenas peço que você se deixe tocar pelas minhas palavras. Que elas passem por você como uma brisa.

Não as retenha para si. Permita que elas se tornem o combustível para a sua experiência.

A minha experiência me levou a confrontar-me com a solidão, e a solidão ensinou-me a vivenciar a solitude.

Mas, o que é solidão?

O que é solitude?

Solitude é querer estar só. Estar sozinho por opção.

Diferente de solidão, solitude é um estado de privacidade não associado a sofrimento. O monge vive em solitude para poder meditar.

Na solidão, você sente a profunda falta da outra pessoa. Você necessita do “outro” para poder desfrutar o sentimento de estar consigo mesmo.

A solitude é o estado em que você desfruta de si mesmo.

Na solidão, você procura a conexão através do outro.

Na solitude, encontra em você mesmo a conexão.

A solidão leva você para fora.

A solitude traz você para dentro.

A solidão é um estado de vazio que precisa ser preenchido através do outro. E o outro, pode ser uma pessoa, uma ideologia, um vício, uma religião ou uma busca desesperada pelo controle do amanhã.

Tomado pela solidão, você assalta a geladeira, necessita comer alguma coisa. Colocar alguma coisa lá, no vazio.  

Aflito, corre ao Shopping Center para comprar a marca da moda, adquirir o relógio importado, a bolsa mais exclusiva, o colar de diamantes mais caro, a última tendência das tendências.

Não há preço a pagar quando se está fugindo da solidão.

A solidão é um demônio que queima você.

É preciso falar, ligar o rádio, a televisão, o celular. Correr em busca de alguém. De mestres, magos, líderes, sacerdotes.

É preciso conectar-se as redes sociais. Abraçar e ser abraçado, querido, aceito, amado pelo mundo.

É preciso conquistar, se expor à aprovação dos milhões de amigos virtuais.

Afinal, a solidão é um estado insuportável de miséria.

A solidão é a real desconexão de si mesmo.

Enquanto a solidão fragmenta, a solitude agrega.

Ela o preenche e o torna senhor de sua própria existência.

Nesse estado de graça, você se sente integrado e integrante do uno e do verso.

Ao contemplar uma árvore, de repente, você é preenchido pelo verde, pela fragrância, bela beleza e então, entra em profunda comunhão com ela. Você não é mais o observador e a árvore não mais é o observado. Não há mais separação. Você e a árvore se fundem, num único ser.

Sua mente cala a tagarelice do ego e você entra no silêncio absoluto de sua alma, em sintonia, em êxtase com Deus.

Este é o estado do total abandono do ego, pois já não há mais perguntas, já não há mais respostas, já não há mais nada a se fazer.

Os dois maiores momentos da vida, ou seja, o nascimento e a morte, o começo e o fim, se constelam na solitude não na solidão.

A solidão pode levar você a buscar uma religião.

A solitude, o levará em direção a uma experiência espiritual.

Silencie. Ouça. Viva.

Busque a solitude como o maior remédio para combater a solidão.

 

Com carinho... antoniofeller...